Transtornos alimentares afetam uma parte significativa da população, com estatísticas preocupantes. Estima-se que ao longo da vida, entre 0,5 e 4% das mulheres terão Anorexia Nervosa, de 1 a 4,2% desenvolverão Bulimia Nervosa e 2,5% serão afetadas pelo Transtorno do Comer Compulsivo. Além disso, quadros mais leves, que não preenchem todos os critérios para a doença, mas que indicam uma profunda insatisfação com o corpo, incluindo busca incessante de dietas e cirurgias plásticas, além de comportamentos extremos para emagrecer, como o vômito, uso de laxantes, diuréticos, moderadores de apetite e exercício físico compulsivo, podem abranger até 15% das mulheres.
É importante salientar que transtorno alimentar não é “frescura” ou futilidade de pessoas que preocupam-se apenas com estética. Essa ideia há muito já caiu por terra. Trata-se de uma desordem mental grave, que gera muito sofrimento e afeta homens e mulheres de todas as classes sociais.
Nos últimos tempos, os transtornos alimentares ganharam popularidade com a exibição de filmes e séries que abordam o tema, como o To The Bone, filme estreado no Netflix em 2017. O aumento da prevalência e o surgimento de casos cada vez mais precoces contribuíram em grande parte com esse movimento.
Quais são os Transtornos Alimentares?
Existem 6 tipos de TA descritos no manual de psiquiatria (DSM V). Os de maior relevância clínica são a Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Transtorno da Compulsão Alimentar e TANE -Transtorno Alimentar Não Especificado.
Qual a causa?
A causa dos transtornos alimentares, assim como das demais desordens mentais, é multifatorial. Fatores genéticos, ambientais, familiares, psicológicos e socioculturais se inter-relacionam.
Como identificar?
A Anorexia e Bulimia são caracterizados pela prática de dietas restritivas e aleatórias e do uso de métodos inadequados para perda e manutenção de peso. Há também uma série de cognições disfuncionais sobre conceitos nutricionais e uma relação complicada com o alimento.
Nos quadros de Compulsão Alimentar, o indivíduo tem um sentimento de perda de controle, ingerindo grandes quantidades de alimento. Esse comportamento gera culpa e sentimento de menos valia, além de um consequente ganho de peso ao longo do tempo.
Qual o tratamento?
O tratamento é realizado por um médico psiquiatra que, sempre que possível, conta com o apoio de outros profissionais de saúde como psicólogos e nutricionistas. Existem ainda centros especializados que contam com equipe multidisciplinar para tratar casos de transtorno alimentar. A procura por ajuda e intervenção precoce é de fundamental importância para um desfecho favorável.
Abaixo seguem links de sites com informações e orientações a familiares e pacientes:
Dra. Bruna Boaretto
Psiquiatra e idealizadora da CETA
Uma resposta
Sou uma comedora compulsiva de doces no horário noturno. Não consigo perder peso. Esse transtorno me incomoda muito.