Entendendo a mente de quem tem um transtorno alimentar

transtornos alimentares
Você já se sentiu perdido, como se não soubesse no que ou em quem confiar? Nos últimos dias, lhe passou pela cabeça que uma catástrofe irá acontecer?!

No caso de quem tem uma Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa, esse bicho papão não se chama Coronavírus (COVID-19), mas sim GORDURA. O pensamento sobre comida e medo de engordar é tão frequente e intenso, que quase não resta espaço para mais nada. Fica difícil concentrar-se em qualquer outro pensamento ou atividade.

O interesse por outras coisas vai diminuindo, afinal o “bicho papão” é tão grande, e ocupa tanto espaço, que nada mais faz sentido. É um ciclo vicioso: O pensamento alimenta o medo, que faz com que a pessoa mude seus hábitos alimentares e de vida, o que alimenta o pensamento, e assim por diante. E quanto mais se pensa, maior se torna o bicho papão.

O medo de engordar se torna tão intenso que faz com que o individuo tenha a certeza de que isso ocorrerá e, desta forma, queira evitar alimentos e/ou compensar, utilizando métodos purgativos. Esse processo dá origem ao que chamamos de Distorção Cognitiva. O indivíduo percebe e vive uma “falsa” realidade, que não condiz com a percebida pelas outras pessoas. Por exemplo: Sente que está tudo errado com seu corpo e, portanto, não pode e não deve comer.

Nos casos mais graves, essa distorção de pensamento pode ser tão intensa que pode dar origem a uma Distorção da Imagem Corporal. Neste caso, o individuo percebe seu corpo muito maior do que de fato é. Isso fica evidente quando vai comprar roupas e acaba escolhendo peças de um número muito maior, ou então quando tem medo de passar por espaços estreitos, pois acredita que não caiba.

De nada adianta, simplesmente, falar à pessoa que o que ela está sentindo não é real, e que está tudo bem com o corpo dela. É necessário um tratamento com profissionais especializados, que atuem para que essa distorção da realidade diminua e, aos poucos, o medo intenso também.

Entendeu como não é tão simples como “apenas comer”?

Dra. Bruna Boaretto
Médica Psiquiatra | Idealizadora da CETA

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