Por que alguém desenvolve um transtorno alimentar?

Mulher sentada à mesa com comida à sua frente sem saber o que escolher, indicando um transtorno alimentar.
O transtorno alimentare, assim como outros transtornos mentais, é fruto de uma complexa interação entre fatores biológicos psicológicos e sociais.

É o que chamamos de modelo MULTIDIMENSIONAL. De acordo com esse modelo, há fatores de risco (predisponentes), fatores desencadeantes, ou seja, gatilhos que precipitaram o início do quadro, e os fatores mantenedores, que perpetuam o quadro. Falaremos adiante um pouco sobre cada um desses fatores.

Os fatores predisponentes são os fatores de risco que como o nome já diz, predispõe, ou seja, aumentam a probabilidade de um indivíduo desenvolver um transtorno alimentar. A influência genética é um deles. Sabe-se que se algum familiar próximo possui um TA, isso aumenta de seis a dez vezes a chance do indivíduo sofrer com esses transtornos. Além disso, a presença de outros transtornos psiquiátricos também aumenta o risco do desenvolvimento da doença.

Transtorno Alimentar e os traços de personalidade

Outro fator que torna alguém mais vulnerável para desenvolver a doença são os traços de personalidade, características psicológicas que são comum entre os que apresentam a doença, como baixa auto-estima, perfeccionismo, acentuada autocrítica, dificuldades no relacionamento interpessoal, dentre outras.

Os fatores precipitantes ou desencadeantes são os eventos estressores que contribuíram diretamente para o desenvolvimento do transtorno alimentar. A prática de dieta é sabidamente um fator precipitante muito comum! Outros eventos estressores envolvem frustrações, separação dos pais, bullying, abuso sexual e psicológico.

E os fatores perpetuantes são mecanismos que levam a manutenção do transtorno. A desnutrição, no caso da Anorexia Nervosa, é um desses mecanismos. O corpo se adapta à privação de nutrientes de forma que o indivíduo sente cada vez menos fome, e assim perpetua o quadro. E por último, porém não menos importante, tem-se a aceitacao social e a valorização da magreza em nossa sociedade, que reforçam as crenças e os comportamentos transtornados.

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Dra. Bruna Boaretto
Psiquiatra e idealizadora do CETA

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