Suicídio e Transtornos Alimentares

Mulher com uma fita tampando a boca e a logo do Setembro Amarelo, representando a importância de falar sobre o suicídio.
Conversar sobre o suicídio é crucial, especialmente durante o Setembro Amarelo, uma iniciativa que promove a prevenção e conscientização.

Falar sobre o suicídio é uma necessidade real. Iniciativas como o Setembro Amarelo, criado e apoiado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), focam e reiteram a importância de debatermos o assunto, sem tabu, destacando a prevenção.

De acordo com dados recentes, 32 pessoas tiram a própria vida por dia no Brasil. Esse número alarmante revela que este é um problema de saúde pública, que afeta pessoas de todas as raças, culturas, idades e grupos socioeconômicos. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, na maior parte das vezes não tratados e escondidos.

O Suicídio Entre Jovens: Um Alerta

Falar sobre o sofrimento psíquico com as crianças e adolescentes é essencial, tendo em vista que o suicídio é a segunda causa de morte mais prevalente em jovens de 10-24 anos de idade. Desta forma, sentirão-se apoiados e consequentemente não hesitarão em procurar por ajuda quando sentirem necessidade.

Os transtornos alimentares estão associados a taxas de mortalidade significativamente elevadas, e uma porcentagem substancial é devido ao suicídio. Estima-se que indivíduos com Anorexia Nervosa são cerca de 23 vezes mais propensos a realizar uma tentativa de suicídio, se comparados à população geral.

Em uma metanálise extensa, viu-se que entre os indivíduos com Anorexia Nervosa que vão a óbito, 1 em 5 foi em decorrência de suicídio.

Outros Transtornos Alimentares e Suicídio

Não é apenas a Anorexia Nervosa que está associada a altas taxas de suicídio. Um estudo recente conduzido entre universitárias com sintomas de distúrbios alimentares reportou que comportamentos purgativos, como o uso de laxantes e vômitos induzidos, estão relacionados a uma maior tendência de ideação suicida.

A dor e sofrimento de alguém que luta com um distúrbio alimentar deve ser levado em conta tanto pelos profissionais que tratam quanto pelos familiares e sociedade em geral. O apoio de amigos e familiares, em conjunto com o tratamento, é um importante catalisador para o processo de melhora e, mais que isso, pode salvar vidas.

Intervenção e Prevenção

Não negligencie. Ao menor sinal de que tirar a própria vida possa parecer uma alternativa para alguém, intervenha!

Apoio e Informação

  1. Centro de Valorização da Vida (CVV) – Apoio emocional gratuito.
  2. Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – Informação e suporte sobre saúde mental.

Dra. Bruna Boaretto
Psiquiatra e idealizadora da CETA

Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados

Olá, posso ajudar?