Anorexia Nervosa

ANOREXIA NERVOSA
Anorexia Nervosa é uma doença psiquiátrica, de origem multifatorial: Fatores genéticos, psicológicos e socioculturais interagem entre si dando origem a doença.

É a doença psiquiátrica com maior índice de mortalidade, estima-se que até 15% dos pacientes vão a óbito. Dentre as principais causas, estão problemas cardiológicos devido a desnutrição e suicídio. É também uma das doenças mais incapacitantes. Os indivíduos com AN apresentam intenso prejuízo em diversas esferas, tendo o seu funcionamento global prejudicado.

Os critérios diagnósticos que definem a doença são: medo intenso de engordar, restrição alimentar com consequente perda de peso (ou dificuldade em manter o peso e altura, de acordo com o desenvolvimento no caso de crianças e adolescentes) e intenso desconforto com o corpo. Há casos em que além da restrição alimentar, outros comportamentos são usados como forma de perder peso, como por exemplo, a prática intensa de exercícios físicos, vômitos autoinduzidos e uso de laxantes e medicações.

As pessoas com AN costumam não perceber a gravidade da doença e, portanto, dificilmente buscam ajuda profissional por conta própria. A família é parte essencial do tratamento, justamente por esta ausência de crítica por parte do paciente. Exames laboratoriais, bem como avaliação física global, podem estar normais, e assim dificultar a detecção do quadro até mesmo por profissionais.

Infelizmente, a maior parte dos profissionais de saúde não é preparada para detectar e tratar quadros de transtornos alimentares, o que reforça a necessidade de buscar ajuda de um profissional especializado. Por se tratar de uma doença complexa e de origem multifatorial, é necessária uma abordagem de tratamento multidisciplinar, isto é, profissionais de diferentes áreas como médico, psicólogo e nutricionista, juntos, conduzem o caso. O objetivo primário do tratamento é a estabilização dos aspectos físico/biológicos do paciente, visando minimizar riscos sobe a vida. Objetivos de médio e longo prazo incluem compreender gatilhos e fatores mantenedores da doença.

O tratamento e remissão de quadros de AN são possíveis. Quanto antes a intervenção, melhor o prognóstico. Devolver a autonomia e qualidade de vida ao indivíduo é a missão de nós, profissionais da área.

Dra. Bruna Boaretto
Médica Psiquiatra | Idealizadora da CETA

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